“O mundo é dos espertos”, alguém já dizia. O problema é quando “o outro” é mais
esperto – cá para a gente. Hobbes definia a natureza humana como uma arma em
franca hostilidade que, caso não abrandada por um onipotente poder, traria a
guerra de todos contra todos. A sociedade humana então seria impossível em
termos de civilização sem um poder cuja natureza poderia variar entre o poder
sobrenatural, o carismático e o racionalmente eleito.
Hoje, e como sempre, assistiremos a uma briga na sucessão municipal, cuja natureza está diretamente ligada a essa natureza egoísta e golpista do ser-humano. A nossa Constituição, vale lembrar, deu autonomia ao povo organizado partidariamente, artigo 17, 1º, da Constituição que resguarda a ”adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações”. Assim, impassíveis, assistimos os casos de flagrantes desrespeitos aos cidadãos sob sua ótica de “autonomia partidária” – politiqueira eleitoreira para ser mais claro.
Na política, apesar dos “regulamentos” preverem só um eleito (majoritário), proclamam-se vários campeões de “votos”, dirigentes aproveitam-se dos apelos do povo para proclamarem um “vale tudo” fazendo da política uma grande vitrine de como não se deve gerir um “mandato”, como também fazem da política algo acima da lei. Vejam o casuísmo do pós-eleição ao proclamar os derrotados “campeões de votos” e os mais votados em acordos políticos de barganha de cargos.
A graça do acordo político é obra digna de um aristocrata do século 18 que concedia honras aos seus fiéis apadrinhados. E não é por causa do sorriso do prefeito, governador ou presidente não, é dinheiro mesmo. Os correligionários se aproximando da eleição, negociam seus “votos garantidos” em detrimento dos pobres pequenos partidos que possuem um poder de barganha menor.
A união de vários partidos sem expressão, conhecido como “pequenos”, no uso de suas “forças” reorganizadas, - igual a um time de futebol, onde contratam alguns nomes conhecidos - agora, agindo de acordo com a regulamentação do Código Eleitoral, tentam quebrar o monopólio dos “predadores e perpétuos” do poder. Eles, que tem a “máquina” como grande amiga, que por sua vez tentam se manter com seu “aliado” de maior confiança e que poderá influenciá-lo sempre que achar conveniente. Já os “pequenos” partidos, como perderam a disputa, tentam agora através de um “golpe” sórdido atrapalhar o que seria um dos melhores negócios para os “grandes” continuarem no poder, até mesmo para seus correligionários derrotados nas proporcionais passada.
Por que então estes cidadãos ocasionalmente representantes dos partidos ditos repetitivamente “pequenos” querem melar a “licitação” promovida pelos grandes? Isso nem Freud Explica.
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