Quem eu sou?

Como não tenho o dom de ler pensamentos, me preocupo somente em ser amigo e não saber quem é inimigo. Pois assim, consigo apertar a mão de quem me odeia e ajudar a quem não faria por mim o mesmo.
Quem não lê, não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo.


quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

EXIJAMOS DIREITOS, SEM NOS AJOELHARMOS

Como se não existissem causas suficientes para enlouquecer, a proliferação de siglas com motivo da crise multiplica-se de maneira tal, que ninguém as entende. A primeira foi a do G-20, grupo seleto que pretendeu representar todos em Washington; a segunda, o grupo também seleto de Apec, que se reuniu em Lima; ali estavam presentes o país mais rico, Estados Unidos, no primeiro lugar, com um PIB per capita de US$ 45 mil anuais, e o que ocupa ao redor do 100º lugar, a República Popular da China, com US$ 2.483, o maior investidor em Bônus do Tesouro daquele país.O G-192 é como o presidente Leonel Fernández, da República Dominicana, que não está em nenhum dos dois, denomina tal grupo, aludindo à cifra dos membros das Nações Unidas numa conferência econômica com a participação de Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel dessa ciência.
George Soros, grande magnata de origem húngara e cidadão americano, imensamente rico, ouvia os discursos, entre outras personalidades importantes. É tarefa de enxadristas perscrutar os argumentos de tão diversos interesses nacionais e empresariais dos grupos G-20 e G-21.Acontece que, se um país do Terceiro Mundo assina, ao mesmo tempo, acordos de livre comércio com oito ou dez países desenvolvidos ou emergentes, entre os quais alguns que se caracterizam por ser produtores tradicionais de mercadorias abundantes e atraentes a baixo custo ou produtos industriais sofisticados, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Coréia do Sul etc., a indústria nascente de um país em desenvolvimento terá que concorrer com os produtos sofisticados que saem da indústria dos mais desenvolvidos ou das mãos laboriosas de seus poderosos parceiros, um dos quais administra a seu capricho as finanças mundiais. Apenas teriam o papel de produtores de matérias-primas baratas necessárias para grandes investimentos que serão, em todo caso, propriedade estrangeira com plenas garantias contra veleidades nacionalizadoras.Assim sendo, ficariam com as mãos estendidas aguardando o apoio caridoso ao desenvolvimento, e uma eterna dívida a pagar com o suor de seus filhos. Por acaso não é a mesma coisa que aconteceu até hoje?Por isso, não hesito em me solidarizar com a posição de Chávez, quando afirma que não concorda com a receita de Lima. Sobram razões. Observemos o desenrolar dos acontecimentos, exigindo direitos sem nos ajoelharmos.

Fidel Castro Ruz23 de novembro de 2008 19h30

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